A Inteligência Artificial na educação está redefinindo o cenário e desafiando conceitos tradicionais, tanto para alunos, quanto para educadores
É impossível falar hoje de qualquer assunto que não seja influenciado pela Inteligência Artificial e a educação é uma delas. A Inteligência Artificial mudou a forma como aprendemos e ensinamos conteúdos educacionais. Há pouco tempo, ainda víamos uma certa resistência ao uso de tecnologias na educação, porém com o advento da pandemia, o mundo se viu obrigado a abraçar as novas tecnologias. Depois do aumento significativo do EAD, a nova onda na educação é a Inteligência Artificial. | ||
O aumento expressivo das edtechs é um dos fatores que também aceleraram o uso de tecnologias na educação. O número de edtechs no Brasil cresceu 44% em 2022, atingindo a marca de 813 startups criadas em território nacional. Esse aumento potencializou o uso de IA na educação e foi uma prévia do que estaria por vir. Ainda assim, a IA na educação enfrenta muitos desafios e aceitações. | ||
Uma pesquisa recente realizada pela Chegg, startup estadunidense focada em educação, mostra que metade dos estudantes brasileiros do ensino superior já fazem o uso de IA em suas pesquisas e trabalhos acadêmicos. A média mundial desse mesmo público já aponta 40% de estudantes que utilizam a IA na educação, tanto para estudos, quanto para a vida pessoal. | ||
Entretanto, o uso da Inteligência Artificial na educação levanta preocupações dos educadores. É o que aponta o artigo publicado pela professora e pesquisadora Carolina Dantas, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Carolina relata que a maior preocupação é a defasagem em torno de uma formação que, de fato, forme sujeitos de conhecimento capazes de produzir e não apenas reproduzir conhecimentos. | ||
“Os chatbots não criam conhecimento, eles juntam o conhecimento. Neste ponto, a gente pode pensar na questão do plágio, da autoria, e na repetição baseada em critérios obscuros para a seleção de fontes de informação, que vão alimentar essa ferramenta. Então, na verdade, a preocupação é para não formarmos repetidores de informação a partir dos chatbots e sim, produtores de conhecimento.”, conclui Carolina. | ||
Inteligência Artificial com foco na educação | ||
Os alunos brasileiros estão cada vez mais motivados a adquirir competências que o mercado de trabalho julga essenciais. Atualmente, o foco dos alunos é no desenvolvimento específico em áreas como tecnologia, ciência de dados e gerenciamento de projetos. Além de competências digitais, esses mesmos alunos também estão focados em seu crescimento pessoal e no bem-estar. Esse padrão de comportamento dos estudantes se alinham com uma tendência global. Os alunos perceberam que diversificar suas competências gera uma competitividade maior e se mantém à frente do mercado de trabalho. | ||
Tendo em vista esse comportamento, é inegável que a Inteligência Artificial na educação é um dos fatores indispensáveis na formação desses estudantes. Em todo o mundo, os estudantes já estão se preparando para o futuro e para o uso de Inteligência Artificial no mercado de trabalho. | ||
Além das competências tradicionais, educadores e instituições de ensino, já estão encaminhando o uso da IA na educação para fornecer um aprendizado mais personalizado, envolvente e inclusivo. Aprender e se desenvolver em novas tecnologias é a aposta do mercado impulsionado pela Inteligência Artificial, gerando um nível maior de empregabilidade. | ||
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Desafios do uso da Inteligência Artificial na educação | ||
A Inteligência Artificial na educação já não pode mais ser considerada uma tendência passageira e é um reflexo da evolução digital, mas alguns cuidados são necessários. Apesar de ser uma importante ferramenta de aprendizado e oferecer vantagens em personalização aos estudantes, o uso da IA na educação traz muitas questões éticas e morais. Uma das questões mais importantes é em relação à privacidade de dados e suas devidas regulamentações. | ||
Por conta disso, já encontra-se em andamento no Brasil um projeto de lei destinado à regulamentação do uso de Inteligência Artificial na educação dentro de seus diversos contextos. O projeto é influenciado diretamente pela legislação da União Europeia, incentivando a busca das normas brasileiras para se alinharem com os padrões internacionais. | ||
Entretanto, como a IA processa grandes volumes de dados em pouco tempo, a sua regulamentação também precisa ser compatível com a nossa Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Isso significa que a IA na educação, ou em outro qualquer uso, precisa existir de forma transparente em nosso país. | ||
Outro desafio é a capacitação dos educadores para o uso de IA na educação. É preciso educar os professores com treinamentos específicos voltados para a IA. Por ser uma tecnologia em andamento, muitos educadores ainda não sabem como a IA pode ser usada na educação. Cabe às instituições de ensino fornecer recursos para que os educadores se alinhem aos conceitos básicos da IA, desde o uso de chatbots até estratégias educacionais personalizadas por uma Inteligência Artificial. | ||
Boas práticas da aplicação da Inteligência Artificial na educação | ||
Falar de regulamentação da Inteligência Artificial na educação sem citar seus desafios éticos é algo impossível. No contexto geral, a IA necessita de orientação para um uso correto e que não comprometa a nossa sociedade. Primeiramente, é importante que os alunos entendam como funcionam os algoritmos dessa tecnologia e como isso afeta o seu dia a dia, desde a sugestão de anúncios até a diferenciação de conteúdos falsos. | ||
Além dessa nivelação conforme a faixa etária dos alunos, é importante que as instituições de ensino apresentem as implicações éticas do uso de IA na educação. Incentivar e evitar o uso da IA na educação com práticas desonestas, como o plágio, contribui para que o ambiente educacional continue produtivo. | ||
Ainda assim, é importante lembrar que a Inteligência Artificial nunca substituirá um educador que compartilha não apenas o seu conhecimento, mas as suas práticas e vivências únicas. A IA na educação surge como um suporte e apoio para gestores e educadores, mas não substitui o lugar dos docentes em interações humanas e nas práticas pedagógicas fundamentais para o desenvolvimento intelectual e social. | ||
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